Comissão de estudantes se reúne com prefeito. Em pauta o ônibus universitário

Cerca de 35 universitários estiveram na tarde de sexta-feira, 13, na secretaria de ação social para uma reunião com o secretário da pasta, Marcos de Dios, e o prefeito Washington Quaquá. Os estudantes cobravam mais transparência por parte da secretaria sobre como está sendo tratado assuntos como o transporte universitário, e quem teria o direito a ele. Marcos de Dios afirmou que a intenção sempre foi ser o mais transparente possível. “A criação da comissão formada por universitários é justamente para que vocês possam participar de todo o processo”.
Em janeiro, a secretaria de ação social solicitou aos estudantes que formassem uma comissão para ajudar a tornar o transporte universitário mais democrático. De lá para cá foram muitas informações desencontradas. Na primeira reunião entre comissão e secretaria, segundo alguns universitários, foi estabelecido que a escolha, de quem teria direito ao transporte, ficaria a cargo dos próprios alunos. Em uma segunda reunião, ainda de acordo com os estudantes, foi colocado que o ônibus universitário seria substituído pelo Rio-Card. Já no terceiro encontro a informação recebida por eles foi de que os ônibus haviam sido devolvidos a Secretaria Estadual de Educação.
Um dos alunos, que faz parte da comissão, afirmou que analisar as fichas de outros estudantes interessados no transporte seria uma atribuição da secretaria e não deles. “Como vou analisar a ficha de alguém que está comigo no ônibus. Saber qual sua renda familiar, isso é constrangedor”. O secretário de ação social explicou que isso seria uma forma de evitar o apadrinhamento de algum vereador, por exemplo. “Vocês que fariam os critérios”, afirmou. Ele explicou ainda que a função dos estudantes seria fiscalizar e não fazer carteirinhas como chegaram a comentar. “Realmente é função nossa, tem gente que ganha para isso”.
Sobre a falta do ônibus universitário a Assessora Especial da Infância e juventude, Thaisa Alves, afirmou que os dois ônibus estavam com problemas mecânicos, e por isso ficaram sem atender aos universitários.
Desde o dia 9 de fevereiro os estudantes estão sem o transporte. Em uma semana o morador de Barra de Maricá, Thiago Moura, já desembolsou, só com a passagem, mais ou menos R$ 76,00. “Sem contar as despesas com xerox, lanche, livros.... tudo isso pesa muito”, afirmou.
Prefeito assume que calculo foi equivocado
Washington Quaquá comentou rapidamente que havia desistido da idéia do Rio-Card. O cartão seria uma forma de dar mais mobilidade aos estudantes, já que não ficariam presos aos horários pré-determinados dos ônibus universitários. O custo, segundo Quaquá, ficaria relativamente alto, o que inviabilizaria sua adoção.
O prefeito falou que o governo anterior estava bancando o ônibus universitário, através da secretaria de educação, com dinheiro do Fundef, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental, o que era ilegal. “O ônibus estava circulando ilegalmente. De uma hora para outra poderia ser retirado”. Ele se comprometeu ainda deixar tudo o mais transparente possível, e se mostrou bem aberto para conversar.”Aqui não tem padrinho, se tiver que haver cortes que os estudantes possam participar”. Segundo ele não há verba para ampliar o atendimento aos universitários que estão entrando na faculdade neste começo de ano. “A arrecadação do IPTU este ano, por exemplo, foi inferior ao mesmo período do ano passado. Com o dinheiro que a gente tem vamos tentar resolver o problema, mas não vai dar para atender todo mundo”.
Prefeitura vai realizar “Pregão” para atender universitários
O secretário de Ação Social, Marcos de Dios, disse que fará um “*Pregão” para escolher uma empresa que ficaria responsável pelo transporte dos estudantes universitários. Ele afirmou ainda que, em 20 ou 30 dias já teria o resultado. O secretário pediu desculpas aos universitários por não ter estado presente nas reuniões anteriores. “Estava ocupado com os problemas causados pelas chuvas, aluguel de casas para os desabrigados... mas em nenhum momento a secretaria foi fechada a vocês”.
Os alunos cobraram também a criação de um fórum, que foi prontamente aceito pelo secretário e pelo prefeito.


*O Pregão é realizado em lances sucessivos e decrescentes, no chamado "quem dá menos" Pregão é uma das 6 modalidades de licitação utilizadas no Brasil, considerada como um aperfeiçoamento do regime de licitações para a Administração Pública Federal. Esta modalidade possibilita o incremento da competitividade e ampliação das oportunidades de participação nas licitações, por parte dos licitantes que são Pessoas Jurídicas ou Pessoas Físicas interessadas em vender bens e/ou serviços comuns conforme os editais e contratos que visam o interesse público.